A vida nas grandes metrópoles é rodeada de oportunidades e experiências. O sexo casual parece ser uma realidade comum.
É bem conhecido na literatura que sexo casual é um fator de risco à saúde física. A probabilidade de contato com doenças sexualmente transmissíveis é aumentado. Por outro lado, há pouca informação sobre como o sexo casual influencia a saúde mental.
Um estudo publicado pelo Journal of Sex Research revelou que o sexo casual está relacionado com uma piora na saúde mental. Os sintomas mais comuns são a baixa auto-estima, sentimentos de arrependimento, baixa satisfação com a própria vida, depressão e problemas de saúde física.
3709 universitários que se identificaram como solteiros e heterossexuais nos Estados Unidos foram entrevistados neste estudo. Dentre estes, 32% eram homens e 68% eram mulheres.
Os autores acreditavam que confirmariam que:
– Homens dizem que fazem mais sexo casual que as mulheres,
– Sexo casual está relacionado com estresse psicológico e não ao bem-estar psicológico,
– Mulheres sofrem mais emocionalmente que homens pelas consequências da prática.
Destas hipóteses, apenas a primeira foi amplamente verificada. 18,9% dos homens reportaram engajarem-se em sexo casual, contra apenas 7% das mulheres.
Os autores descobriram que homens e mulheres sofrem mais ou menos na mesma intensidade, mas de formas diferentes. Da minha experiência no consultório, percebo que quem está em busca de compromisso tende a sofrer e a se frustrar. As pessoas vão para estes encontros com expectativas de que se tornem relacionamentos sérios. Na maioria dos casos são as mulheres que idealizam e romantizam mais esses encontros.
Os homens tendem a conseguir fazer bem a distinção entre sexo e amor. Quando sofrem, é porque acreditam que as coisas estão liberadas demais. Sentem-se inseguros para uma entrega afetiva, uma desesperança em relação ao amor, acreditam que não há mais amor a ser alcançado.
Os autores falam de apenas 11% dos entrevistados engajando-se na prática, ou seja, concluíram que este seja um comportamento inconvencional e de risco. Não é bem isso que percebo na prática, vejo que o sexo casual é cada vez mais visto como normal, e foi muito facilitado com a chegada dos aplicativos de relacionamento como Tinder e outros.
O que observo é que homens e mulheres que parecem não ter grandes conflitos com relação a este assunto são aqueles que se libertaram das cobranças sociais e o encaram como um momento de prazer simplesmente. Homens e mulheres pouco preocupados em encontrar relacionamentos duradouros parecem aproveitar o sexo casual de acordo com a sua finalidade, que é a obtenção de prazer em si.
A sexualidade é altamente subjetiva e deve ser experimentada de acordo com os valores e experiências de cada indivíduo. Apesar deste estudo apontar que o sexo casual está relacionado com uma piora na saúde psicológica, outro estudo diz o contrário. Realizado em 2009, com 1311 jovens de 18 a 24 anos, este não encontrou correlação entre sexo casual e bem-estar psicológico, o que nos leva a concluir que a ciência ainda está longe de conhecer tudo o que há para se conhecer sobre a sexualidade humana.
A melhor pedida ainda é o autoconhecimento e a tomada de decisões com base naquilo que cada indivíduo acredita ser importante. Não esquecendo alguns cuidados importantes, como o uso de preservativos e marcar encontros em motéis ou hotéis, para evitar situações de risco.
Casual Sex and Psychological Health Among Young Adults Prevalence and Correlates of Sexting Behavior in Adolescents
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