É comum que algumas mulheres tenham certa resistência ao completo desempenho sexual. Devido à influência de diversos fatores, desde físicos a psicológicos. Alguns destes podem ser tratados pela fisioterapia uroginecológica, uma especialidade da fisio que faz uso de exercícios, eletroterapia e terapia manual para tratar disfunções que possam existir no sistema urinário e ginecológico. Entretanto, na maioria dos casos, é necessário também um acompanhamento psicológico e médico do caso.
Problema mais comum: Dispareunia
A Dispareunia é uma das principais causas de incômodo no momento do ato sexual. A dor pode ser sentida durante, o que é mais comum, mas também pode ocorrer antes e depois do ato em si. Assim como a intensidade varia de pessoa pra pessoa, desde um pequeno desconforto até uma forte dor aguda.
Esse incômodo passa a ser denominado dispareunia a partir do momento que a dor provoca dificuldade nas relações sexuais e não é causada apenas pela falta de lubrificação vaginal, ou por vaginismo (contrações involuntárias dos músculos da vagina), ou por condições médicas gerais e pela ação de substâncias ou medicamentos. A dispareunia acaba levando à rejeição ao ato sexual, trazendo grandes consequências para o relacionamento do momento e comprometendo os futuros, pois diminui o desejo sexual em diversos graus.
A causa desse problema vem da interação entre fatores orgânicos ou psicológicos:
Fatores Orgânicos
• Infecções genitais, tais como candidíase (monilíase), tricomoníase, etc.
• Doenças de pele que acometem a região genital: foliculite, pediculose púbica (“chato”), psoríase;
• Doenças sexualmente transmissíveis, como cancro mole, granuloma inguinal, etc;
• Infecção ou irritação do clitóris;
• Doenças que acometem o ânus;
• Irritação ou infecção urinária;
• Nos homens, podemos destacar a fimose, doenças de pele, herpes genital, doenças do testículo e da próstata.
Fatores Psicológicos
• Dificuldade em compreender e aceitar a sexualidade de uma maneira saudável;
• Crenças morais e religiosas muito rígidas;
• Educação repressora;
• Medos e tabus irracionais quanto ao contexto sexual;
• Falta de desejo em fazer sexo com o(a) parceiro(a);
• Medo de machucar o bebê, quando durante a gestação;
• Falta de informação;
• Traumas infantis relacionados à sexualidade;
• Sentimento de culpa na vivência da sexualidade.
É importante ressaltar que a mulher nesse sentido é muito mais sensível comparada ao homem. Se ela estiver em uma relação feliz, tranquila, que a leve a ter um bom relacionamento com o parceiro na cama, a lubrificação necessária para o conforto do ato sexual aparecerá sem problema algum. Entretanto, se ela estiver sem excitação, devido a fatores internos ou externos, como preocupação, susto ou tristeza, ela sentirá dor ao ser penetrada. Logo, tornará a relação empobrecida e desgastada para o casal. O que pode gerar medo e afastamento para um próximo encontro na cama.
Tratamento
Para as mulheres, o primeiro passo é consultar um médico ginecologista, conversar com o profissional e junto a ele, tentar identificar os fatores que possam estar afetando a vida sexual. Junto com o exame físico completo, ele terá condições de encaminhar a paciente para outros profissionais, caso ache necessário.
O terapeuta sexual é o mais adequado para a abordagem dos fatores psicológicos. E o tratamento inclui a psicoterapia, com o objetivo de conhecer melhor a si e seu corpo. Alguns exercícios são indicados, que podem ser realizados sozinhos ou com parceiros.
Entretanto, por ser uma síndrome psicofisiológica (junção de problemas físicos e psicológicos), a mulher precisa ser olhada como um organismo e um ser psíquico ao mesmo tempo, onde o tratamento se faz, na maioria das vezes necessário, por meio de uma equipe de vários profissionais (ginecologista, psicoterapeuta e urologista).
Assim como para os homens, o médico urologista e psicoterapeuta também são necessários para o tratamento de problemas como disfunção erétil e ejaculação precoce. Hoje, a fisioterapia disponibiliza diversos recursos que contribuem para a melhora da vida sexual de um casal. Exercícios específicos (respiração, cinesioterapia e adequação/conscientização postural) aliados à eletroterapia são ajustados e recomendados aos pacientes respeitando a privacidade de cada um. A função da fisioterapia, enfim, no tratamento de disfunções sexuais vem como uma alternativa a mais para a cura desses problemas.
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