“Será que sou gay?” é uma questão que pode atormentar a muitos, especialmente durante a adolescência. A determinação da orientação sexual não deve se resumir a uma declaração verbal, pois é uma proposição complexa que passa por uma definição ampla do que é ser gay.

LeVay e Baldwin consideram que a orientação sexual refere-se à predominância de pensamentos, sentimentos e fantasias eróticas que se tem por pessoas de sexo específico. Como algo que vem do nascimento ou de um estágio primário, a orientação sexual é normalmente considerada imutável, estável e resistente ao controle consciente.

A orientação sexual não deve ser confundida com identidade ou comportamento sexual porque a maioria dos indivíduos pertencentes a minorias sexuais (não heterossexuais) não se identifica como gay ou relata ter envolvimento em um relacionamento com pessoas do mesmo sexo, conforme esclarecem os autores Savin e Willians. Apesar de a relação entre orientação sexual e atrações sexuais não ser muito clara, certamente as duas se sobrepõem.

Comportamento sexual refere-se às atividades sexuais em que um indivíduo se envolve. Definições do que é sexo variam entre indivíduos e grupos. Neste artigo, define-se sexo como qualquer tipo de contato genital entre duas ou mais pessoas.

A escolha de parceiros sexuais nem sempre corresponde aos desejos ocultos românticos e de orientação sexual da pessoa. Essa decisão é influenciada por fatores culturais e individuais, tais como religião, raça, etnia etc.

Rótulos

Identidade da orientação sexual é um rótulo socialmente construído para representar sentimentos e comportamentos sexuais, além de interesses românticos. Apesar de as respectivas adoções estarem normalmente limitadas àqueles disponíveis em determinada cultura e período histórico, os jovens de hoje estão rejeitando cada vez mais os rótulos de identidade de orientação sexual.

Ao invés de aceitarem serem identificados por lésbica, gay, homossexual, bissexual, defendem descrições que melhor representem sua expressão sexual e de gênero, tais como, “quase sempre hetero”, “sexualmente flexível” e “andrógeno”.

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Para exemplificar o caso, imagine uma mulher jovem que sente atração por ambos os sexos (orientação bissexual), faz sexo só com homens (comportamento heterossexual), apaixona-se por mulheres (romance homossexual) e se identifica com lésbicas devido a razões políticas e sociais.

Também é possível imaginar o caso de um homem jovem com desejos homoeróticos (orientação homossexual), experiências sexuais com homens e mulheres (comportamento bissexual), relacionamentos românticos com mulheres (romance heterossexual) e uma identidade heterossexual.

Os domínios sexuais e românticos podem variar nas pessoas e serem enganosos, especialmente em jovens e naqueles que se sentem confusos quanto à própria sexualidade. No período de incerteza e de questionamento sexual, a terapia sexual pode ser um importante apoio para resolver a questão.

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“Sair do armário” é o processo que vai desde o estado de falta de consciência inicial até a síntese e orgulho da identidade final. É melhor compreendido quando o indivíduo conquista as etapas de desenvolvimento sexual naturalmente não se prendendo à tradição, aos prazos e à ordem vigente.

Muitos jovens contemporâneos não sofrem confusão sexual e também não são orgulhosos de serem gays, simplesmente são. Grande parte dos integrantes das minorias sexuais crescem com a sensação interna de sentirem-se diferentes dos outros com comportamentos e interesses discrepantes em relação aos seus pares. Estudos mostram que essa divergência começa por volta dos 7 ou 8 anos ou ainda mais cedo.

A atração por pessoas do mesmo sexo pode não ser o melhor indicador da previsão de orientação sexual. Pesquisas mostram que indivíduos identificados como heterossexuais relatam algum nível de atração ou comportamento sexual relacionado a pessoas do mesmo sexo. Além disso, mais de 80% das lésbicas e 60% dos homens gays sentem atração ou têm fantasias sexuais ligadas ao sexo oposto.

Alguns estudos parecem indicar que os fatores genéticos desempenham um papel na determinação da orientação sexual de um indivíduo. Outras pesquisas sugerem uma explicação biológica para uma orientação não-heterossexual baseada no papel dos hormônios no desenvolvimento pré-natal.

Fontes de consulta:
O Livro de Casos Clínicos GLBT. ABRÃO Jorge; MORO, Alexandre; HORLIANA, Ricardo Fidos; SHIMIZU, Roberto Hideo.

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