O termo “libido” vem do latim e significa “vontade”. Popularizou-se pela associação feita com a sexualidade e nesse contexto refere-se ao desejo sexual. A identificação da libido como um problema de saúde é recente, tendo despontado a partir da segunda metade do século XX.

Tecnicamente, a libido é chamada de Desejo Sexual Hipoativo (DSH). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais – 4ª Edição (DSM IV – TR) conceitua o DSH com base no interesse inicial para a experiência sexual e naquele entre uma experiência e outra, levando em consideração a baixa frequência de pensamentos sexuais.

A baixa libido lidera o ranking das pesquisas sobre disfunção sexual entre mulheres e pode estar relacionada a causas orgânicas – como desequilíbrio hormonal, por exemplo, ou a causas psicossociais. Nesse caso, a análise é feita com o auxílio de um terapeuta sexual.

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A natureza do comportamento sexual feminino sofre influência do contexto. De acordo com a pesquisadora Carmita Abdo, é comprovada a correlação entre saúde sexual, saúde mental e sentimentos pelo parceiro.

Segundo as recomendações de um comitê internacional, organizado pela American Foundation of Urological Disease, a definição de distúrbio de desejo ou interesse feminino inclui “ausência ou diminuição de interesse ou desejo sexual; pensamentos ou fantasias ausentes; falta de desejo responsivo; motivações (razões/incentivos) escassas ou ausentes para tentar se tornar sexualmente excitada. Segundo o comitê, a falta de interesse deve ser mais significativa do que a própria diminuição natural do ciclo de vida e/ou à duração do relacionamento.

O apetite sexual existe durante toda a vida de um indivíduo saudável, pois somos seres sexuados por toda nossa existência. Contudo, a chamada libido sexual varia ao longo da vida de homens e de mulheres motivada por fatores hormonais e culturais.

Estudos mostram que o pico do apetite sexual ocorre por volta dos 17 anos nos homens e dos 40 anos nas mulheres.  De acordo com a pesquisadora Carmita Abdo, a resposta sexual feminina consiste em fases superpostas em sequência variável. Segundo ela, o desejo sexual pode não estar presente inicialmente, já que a excitação subjetiva se desencadeia dependendo de quão sexualmente excitante a mulher considera o estímulo e por emoções e cognições geradas pela excitação.

A satisfação sexual feminina pode ocorrer mesmo sem orgasmo, visto que para as mulheres o orgasmo e a excitação são entidades distintas. Vários estudos com diferentes níveis de rigor científico comprovam a reconceitualização da resposta sexual feminina.

“Diferente do homem em que a resposta é desejo, excitação e orgasmo (modelo linear da resposta sexual). Estimulados através de fantasias sexuais e estímulos visuais para desencadear a libido. No modelo circular da resposta sexual feminina, as mulheres precisam da sensação de intimidade, acolhimento e de carinho para responderem ao sexo. Com exceção do início de um novo relacionamento, que o desejo de homens e mulheres são semelhantes, após o período da paixão, a motivação sexual feminina passa a depender das gratificações que não são sexuais.

Nessa nova forma de compreensão da resposta sexual feminina, a ausência do desejo espontâneo no início do ciclo não é considerada disfunção, uma vez que os componentes não sexuais, como intimidade emocional, compromisso, cumplicidade, confiança, carinho mútuo, são os estímulos potenciais para a maioria das mulheres se sentirem motivadas para o sexo”.

Isso significa que através de um estímulo sexual a mulher pode excitar-se antes mesmo de sentir desejo e, por sentir-se acolhida, desejada e amada pode despertar o desejo sexual. Portanto, o desejo não precisa vir primeiro para desencadear a excitação, mesmo sem o desejo espontâneo, estimulada sexualmente e afetivamente pode despertar o desejo na mulher

Muitos homens esperam o desejo espontâneo na mulher, mas o desejo feminino deve ser trabalhado e estimulado. Os homens fazem sexo para sentirem-se amados, as mulheres só fazem sexo se sentirem amadas. São caminhos diferentes, mas quando bem compreendidos pode entrar numa bela sintonia.”

A necessidade de frequência da atividade sexual varia de pessoa para pessoa. Algumas sentem-se confortáveis com um nível baixo de atividade sexual e não há problemas se o parceiro não se queixar disso.

A falta de desejo sexual pode estar ligada a fatores como parceiro incompatível, existência de sentimentos negativos pelo parceiro, situação erótica não excitante o bastante. Além disso, a falta de sintonia com o outro, a baixa autoestima, a depressão, o sentimento de menos valia, a ansiedade, temor consequente de experiências anteriores desfavoráveis e a insegurança diante da atividade sexual, são fatores diretamente relacionados à baixa libido.

Uma maneira de evitar a inibição do desejo sexual é reservar tempo para exercer a intimidade sexual com o seu parceiro. Reservar tempo para conversar, fazer programas desacompanhados de filhos propicia uma relação mais estreita e mais propensa ao interesse sexual.

Ainda que a resposta mude ao longo do tempo, a falta de desejo sexual ou libido não é normal em qualquer fase da vida. O exercício da sexualidade é uma das formas mais saudáveis de se obter prazer, que entendido num sentido amplo, transcende o aspecto sexual e contribui para a melhoria da qualidade de vida.

Fontes consultadas:

Disfunción por bajo interés sexual: Deseo Sexual Hipoactivo. Dr. Santiago Cedrés. Ex. Prof. Adj. Medicina Interna – Sexólogo Clínico.

Manual prático de condutas em medicina sexual e sexologia, de Sidney Glina e Cila Ankier.

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